
Poucos lembram, mas Rivaldo
Vítor Mosca Ferreira Júnior defendeu o Inter entre 2016 e 2017. Filho de
Rivaldo, um dos maiores nomes da história recente do futebol brasileiro, o
atleta lamenta não ter recebido uma oportunidade para ajudar o Colorado a sair
da Série B. Conhecido como Rivaldinho, o atacante de 24 anos defende hoje o
Viitorul Constanta, da Romênia, clube treinado e gerido pelo ídolo romeno
Gheorghe Hagi.
— Cheguei ao Inter após ser um
dos destaques do Paulistão, pelo XV de Piracicaba (em 2016). A princípio, eu
iria para o time principal, mas o clube estava bem na época, era líder do
Brasileirão. Então, me falaram que eu teria de ficar no sub-23, mas que, em
pouco tempo, eu seria aproveitado pelo Argel. Só que se passaram três meses, eu
já tinha treinado varias vezes com o elenco principal e nunca fui relacionado
para um jogo — recorda Rivaldinho.
Em 2016, um episódio causou
estranheza ao jogador. Segundo o atacante, a direção colorada, administrada à
época pelo presidente Vitorio Piffero, recusou uma oferta do Espanyol-ESP. No
entanto, uma semana depois, liberou o atleta para o Paysandu.
— A proposta do Espanyol era
por empréstimo, com opção de compra. Mas chegou até mim que o Inter não me
liberou. E isso me estranhou porque uma semana depois me mandaram para o
Paysandu — relembra.
Rivaldinho aproveitou a
passagem pelo clube de Belém para ganhar experiência e tentar conquistar uma
vaga no time principal do Inter em 2017. Com a queda da equipe colorada para a
Série B, o atleta acreditou que as chances viriam com mais facilidade. No
entanto, o atacante nunca foi aproveitado no Beira-Rio.
— Achei que (o Paysandu) seria
uma boa oportunidade para eu me destacar para quem sabe eu ser utilizado na
temporada seguinte. Depois, o Inter foi rebaixado e, como eu tinha jogado já a
minha segunda Série B, achei que eu participaria da pré-temporada e seria aproveitado
no Gauchão e na Série B. Mas chegou até mim que o (técnico) Antônio Carlos não
iria me utilizar. Então, cheguei aos diretores para resolver a situação e
rescindi o contrato, pois eu tinha de continuar a minha carreira — conta.
Atacante de área, Rivaldinho
crê que poderia ter ajudado o Inter no calvário da Série B.
— No início do primeiro ano
(2016), a equipe estava bem. Quando eu fui emprestado, estava começando a
oscilar. Só depois que eu saí é que o time começou a ir mal e foi rebaixado.
Mas, na temporada seguinte, quando o Inter estava na Série B, acredito que eu
poderia ter ajudado por ser um jogador jovem e com duas Séries B de
experiência. Não sei de quem foi a decisão, mas já passou. Desejo sucesso a
todos, ao Inter e ao Antônio Carlos, que vem fazendo um grande trabalho no
Bragantino. Não tenho mágoa de ninguém — completa.
Hoje no Viitorul Constanta, da
Romênia, Rivaldinho destaca a boa relação com o chefe. Dono do clube e, ao
mesmo tempo, técnico, o ídolo Gheorghe Hagi gosta de tocar no vestiário a
música Balada Boa, do cantor sertanejo Gusttavo Lima, para homenagear o
atacante.
— O Hagi é patrão, treinador,
manager e dono. É um cara que nos ajuda muito, fica 24 horas ligado no futebol.
Sem dúvida, é uma estrela. É o Pelé da Romênia. Todo mundo o admira e o
respeita. É o maior ídolo do país. E vem fazendo um grande trabalho como
treinador. É referencia e exemplo, dentro e fora de campo. Ele respira futebol.
A cada dia, ele quer nos tornar melhores. Quando ganhamos a Copa da Romênia,
ele me chamou na festa da comemoração do título e perguntou de uma música que o
Neymar gostava. Eu falei: "Será que não é essa?”. Era aquela do Gustavo
Lima (Balada Boa). Ele pediu para o DJ colocar e adorou. Ele sempre gosta de
ouvir essa musica — diverte-se.
Feliz na Romênia, Rivaldinho
convive desde o início da carreira com as inevitáveis comparações com o pai.
— A pressão de ser filho do
Rivaldo sempre vai existir. Por mais que eu fale que somos diferentes, que ele
teve a carreira dele e eu a minha, as pessoas e a imprensa não conseguem
entender, sempre vão buscar a comparação. Mas sou tranquilo. Sei da minha
capacidade e do meu potencial. Procuro fazer o meu trabalho. Graças a Deus,
tudo que estou fazendo foi sozinho e sem a ajuda do meu pai. Espero conseguir muito
mais ainda no futebol. Acho que estou no caminho certo — finalizou.